NOVO ENDEREÇO

Informo aos leitores amigos que o blog EX ABRUPTO mudou de endereço: http://pgasousa.blogspot.com Continuem acessando e comentando.

 

30/11/2010 at 17:55 1 comentário

JUSTIÇA FEDERAL EM UNAÍ

Na última sexta-feira, 26 de novembro, foi instalada a Subseção Judiciária da Justiça Federal de Unaí, com jurisdição sobre os Municípios de Arinos, Bonfinópolis de Minas, Buritis, Cabeceira Grande, Chapada Gaúcha, Dom Bosco, Formoso, Natalândia, Riachinho, Unaí, Uruana de Minas e Urucuia. Antes, Unaí e os referidos municípios estavam sob jurisdição da Subseção Judiciária de Patos de Minas.

A Justiça Federal tem por competência o julgamento de ações nas quais a União Federal, suas autarquias, fundações e empresas públicas federais figurem na condição de autoras ou rés e outras questões de interesse da Federação previstas no art. 109 da Constituição Federal (disputa sobre direitos indígenas, crimes cometidos a bordo de aeronave ou navio, crimes praticados contra bens, serviços ou interesses da União etc).

Para o cidadão comum, sobretudo para os segurados do INSS, para os órgãos e entidades públicas, para os empresários e, evidentemente, para os profissionais do direito, a instalação da Subseção Judiciária de Unaí representa uma relevante conquista, porque facilitará o acesso à Justiça Federal, reduzirá custos administrativos e assegurará melhor exercício da cidadania, por meio de uma prestação jurisdicional mais efetiva e rápida.

A interiorização da Justiça Federal (valendo lembrar que também já foi instalada a Subseção Judiciária de Paracatu) é, segundo entendo, uma resposta eficiente à sociedade porque vai aproximar a Justiça dos indivíduos que dela necessitam.

No caso dos cidadãos que residem ou têm algum interesse na região sob jurisdição da Subseção Judiciária de Unaí não será mais preciso deslocar-se a Patos de Minas a fim de postular ou defender o seu direito. É, sem dúvida, uma grande conquista.

30/11/2010 at 13:00 5 comentários

DEMOEX, SOCIEDADE ABERTA E LEGÍSTICA (E DE SUA RELAÇÃO COM UNAÍ)

Creio que poucas pessoas ouviram falar de demoex, ou democracia experimental. Trata-se de um partido político, surgido na Suécia durante um seminário de tecnologia da informação.

Trabalha o demoex com o conceito de democracia direta eletrônica, com votações pela internet, em contraposição ao nosso modelo de democracia representativa, em que o povo é consultado uma vez a cada quatro anos.

O partido conquistou uma cadeira na Câmara Municipal de Vallentuna, em 2002.

O Vereador (na verdade, uma vereadora, estudante eleita com 19 anos) não vota de acordo com suas convicções, nem de acordo com as instruções de seu partido: seu voto oficial na câmara municipal depende do resultado de uma votação online, que é realizada previamente no website do Demoex (http://demoex.net/). Qualquer residente de Vallentuna que tenha completado 16 anos pode se registrar no site, e participar das votações; qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo, pode participar dos debates (se souber escrever em sueco).

Quer dizer que, usando uma ferramenta tecnológica, o demoex conseguiu implantar um modelo de democracia direta naquela Câmara Municipal, que permite a participação de qualquer pessoa maior de 16 anos. É um modelo totalmente inovador, diferente do sistema tradicional que nós conhecemos.

O demoex valoriza o conceito de sociedade aberta, considerada aquela cujo governo é transparente, induz a participação popular, porque leva em conta as diversas correntes de opinião existentes na sociedade, descarta qualquer forma de segredo (valorizando a publicização de seus atos e decisões) e está sujeita a efetivo controle social.

E quanto à legística, esta é a ciência que trata da qualidade da lei. Trabalha com a ideia da construção de boas leis para o bom direito. A legística impõe, necessariamente, uma maior participação popular no processo legislativo, porque por meio dela as leis deixam de ser produzidas nos gabinetes para resultarem da manifestação da vontade dos cidadãos.

Vocês podem estar se perguntando: tudo isso é muito interessante, mas e daí? O que isso tem a ver com a gente?

E eu digo: vocês já imaginaram os vereadores de Unaí tomando decisões não em razão de suas convicções pessoais ou partidárias, mas em razão do resultado de uma enquete em que a população opinasse sobre o assunto em votação? Se não, visitem o site http://www.votenaweb.com.br/ e vejam como isso é possível.

Vocês já pararam para pensar em um governo totalmente transparente, em que o cidadão tenha pleno acesso às informações (em que os atos administrativos e legislativos sejam realmente publicados, em sua inteireza, como pressuposto de sua vigência e validade)? Um governo que lhe permita interagir, opinar sobre aquilo que lhe interessa ou que interesse ao seu bairro, sua comunidade ou seu grupo? Conseguem conceber um governo em que o cidadão conte com uma série de serviços disponíveis na internet?

Seria um sonho um governo, usando a tecnologia da informação, consultar os cidadãos sobre políticas públicas ou as ações que pretende implementar? É utopia imaginar um sistema em que os cidadãos possam participar de fóruns com os seus representantes, discutindo temas de interesse geral?

É inconcebível a participação dos agentes políticos, especialmente, os vereadores, em debates com a população pela internet? Esses canais de interlocução não são um meio de legitimar a tomada de decisões e de aproximar os representantes dos representados?

E melhor: o que vocês acham de as leis serem feitas mediante a efetiva participação do cidadão, ou seja, de as leis refletirem exatamente o que pensa e o quer a maioria da sociedade? Já não teríamos mais o problema das leis que pegam e das leis que não pegam e nem necessitaríamos usar os mecanismos caros de exercício direto do poder como o referendo e o plebiscito.

Em plena era da tecnologia da informação, da internet, da convergência de mídias, o que assistimos em Unaí? Um governo que não é transparente, cujas decisões são centralizadas, tomadas por uma ou duas pessoas, que não disponibiliza praticamente nenhum serviço para a população pela rede mundial de computadores. Uma Câmara Municipal que não avançou muito nessa área, cuja maior façanha na internet é divulgar os e-mails dos vereadores e os vídeos de suas sessões. Uma Câmara em que o cidadão ainda é um mero receptor, um expectador passivo. Não digo que a Câmara não tenha avançado, mas não deu o passo que precisaria ter dado.

O que estou dizendo pode soar muito abstrato e filosófico. Mas, nos tempos modernos, é tema que merece discussão e debate. Já temos tecnologia para implantação desses modelos. Basta lembrar que a cidade de Belo Horizonte elaborou um orçamento em que as obras foram definidas em votação pela internet, na gestão do Prefeito Fernando Pimentel.

Em tempos de greve do funcionalismo, clientelismo e fisiologismo do governo, inclusive em questões tributárias, em manietamento da Câmara Municipal, o tema que proponho discutir interessa, sim, a todos nós.

Vejo muitos amigos discutindo nomes de candidatos para as próximas eleições. Tive a oportunidade de dizer a um leitor amigo que, na minha concepção, mais importante do que os nomes são as ideias.

Por isso, não sei se é interessante apoiar candidatos que se propõem realizar o velho e bom feijão com arroz da administração, com as mesmas práticas administrativas que conhecemos há décadas, e que são tecnológica e ideologicamente atrasados. Unaí já não merece governos assim.

Esse é o paralelo que faço entre demoex, sociedade aberta e legística. Talvez fosse hora de a gente começar a pensar nesses temas. Tenho certeza que muitas coisas mudariam, para melhor, na Administração Pública Municipal.

27/11/2010 at 6:37 19 comentários

TEMPO DE PÃO DE QUEIJO, UAI!

Em 1930, com a decisão do Presidente Washington Luiz de apoiar o paulista Júlio Prestes, o então Governador do Estado de Minas Gerais, Antonio Carlos, apoiou a revolução (golpe) que depôs o Presidente, impediu a posse do eleito e permitiu que Getúlio Vargas assumisse o governo. Era o fim da chamada política do café-com-leite, de revezamento do poder entre paulistas e mineiros na Presidência da República (1898-1930).

Nos tempos modernos, e como interlúdio para o que se vai comentar a seguir, desde 1994 a Presidência da República não é ocupada por um mineiro, podendo-se dizer que nos últimos 16 anos tivemos dois presidentes paulistas (FHC e Lula, embora este último seja natural de Pernambuco).

Em termos de disputas eleitorais, o PSDB concorreu nas últimas 5 (cinco) eleições presidenciais, duas vezes com FHC (1994 e 1998) e Serra (2002 e 2010) e uma vez com Geraldo Alckmin (2006). Todos eles candidatos paulistas.

Com as três últimas derrotas, cresce o descontentamento com o PSDB de São Paulo, especialmente em Minas Gerais, Estado governado pelos tucanos desde 2002 (sem falar no período 1994-1998, com Eduardo Azeredo) e onde o ex-governador Aécio Neves demonstra ter uma força política extraordinária, a ponto de eleger o seu sucessor, ele próprio e o ex-presidente Itamar Franco como senadores.

O Estadão (Estado de São Paulo) de 24 de novembro, conforme lembra o Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada, destaca a crise interna do PSDB motivada pela disputa entre as correntes de Minas Gerais e São Paulo.

Nárcio Rodrigues, Presidente dos tucanos mineiros, trocou algumas farpas com José Henrique Reis Lobo, Presidente do PSDB Paulista, e disse que Minas respeitou a fila, mas que agora (2014) é a vez de Aécio. E tascou, parafraseando Zagallo: “Vocês vão ter que nos engolir”.

Os mineiros falam em “refundação” do PSDB, que PHA, com a perspicácia de sempre, disse que em mineirês significa “tirar o PSDB de São Paulo”.

O PSDB parece caminhar para o racha, que pode ser acelerado caso o Congresso Nacional aprove uma reforma política mais profunda, situação que pode ser tentadora para Aécio Neves e uma oportunidade de organizar a oposição em torno de si.

Mas é bom lembrar que José Serra, no discurso da derrota, deu um “até logo” aos eleitores, indicando claramente que pretende liderar a oposição e se colocando novamente como candidato.

Aécio, por sua vez, como Senador, aparece como grande liderança da oposição, como mérito de trafegar com mais desenvoltura entre correntes governistas e oposicionistas.

Seja como for, é bom lembrar o que disse o PHA sobre o resultado das últimas eleições: “Aécio pode ter perdoado Serra. Será? Mas, Minas não perdoou Serra.” (http://bit.ly/bh8XEE).  É claro que esse comentário não despreza a força do PT e do Presidente Lula em Minas.

Em tempo: para os mais provincianos, bairristas e aecistas, eu lembro que Minas já revezou novamente com São Paulo na Presidência da República. Afinal de contas, Dilma é mineira, uai!

25/11/2010 at 19:13 6 comentários

NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS – E DE UNAÍ

O Presidente Lula tem um bordão que já virou sua marca registrada, para o bem ou para o mal. Costuma utilizar, com muita frequência, referindo-se sobretudo aos feitos do seu governo, a expressão “nunca antes na história deste país”.

A frase foi até mesmo tomada pelo humorista Marcelo Tas como título do livro “NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS”, editora Panda Books, e que, apesar da acidez com que o autor trata a figura do Presidente num ou noutro comentário, é leitura que eu recomendo.

Pois bem. Hoje essa frase antológica ganhou uma concretitude antes inimaginável, já que o Presidente da República concedeu a primeira entrevista de um Chefe de Governo aos chamados “blogueiros”, especialmente aqueles que o então candidato tucano José Serra adjetivou como sendo “blogs sujos”.

Luiz Carlos Azenha, do Viomundo, registra que a entrevista foi assistida por mais de 7 mil pessoas no livestream, o que não deixa de ser um fato impressionante e digno de nota.

Abstraindo as opiniões do Presidente, escrevo para destacar a mudança que a internet começa a operar na vida de todos nós, especialmente através de fenômenos como as redes sociais e blogs.

Esses últimos, aliás, em grande profusão, foram fundamentais na recente campanha presidencial, porque fizeram um contraponto ao vergonhoso posicionamento da mídia convencional, liderada pela Rede Globo, Estadão, Folha de São Paulo e Veja.

Blogs como Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim, Cloaca News, Tijolaço, Viomundo, Maria Frô, Escrevinhador e Seja Dita Verdade, entre tantos outros, possibilitaram a milhões de brasileiros acesso a informações essenciais para a tomada de decisão nessas eleições, além de combater os boatos que a campanha serrista espalhava através da própria rede.

Informações que a mídia ordinária (aqui, gente, no sentido de comum, não de vulgar) escondia ou deturpava. Organizações Globo, Estadão (Estado de São Paulo), Folha de São Paulo (que alguns maldosamente chamam de Falha de São Paulo) e, principalmente, a revista Veja agiram como verdadeiros partidos políticos nas últimas eleições.

O seu poder, contudo, foi mitigado, foi diminuído graças aos blogueiros sujos e à crescente universalização do acesso a internet em banda larga. É por isso que a velha mídia, bem como as grandes empresas de telecomunicações, pelam de medo quando o Presidente Lula fala em ressuscitar a Telebras e criar um programa de banda larga de alcance nacional.

Os grandes impérios midiáticos, comandados por cinco ou seis famílias, em regime de oligarquia, a despeito de as televisões e rádios constituírem concessão pública, devem estar preocupados com o avanço desse novo modelo de acesso à informação.

É por isso que estão em polvorosa com a possibilidade de a Presidente Dilma regulamentar os arts. 221 e 222 da Constituição da República, a chamada regulamentação dos meios de comunicação, que o Paulo Henrique Amorim, do Conversa Afiada, chama de “Ley de Medios”.

A regulamentação virá. Primeiro porque é necessária, uma vez que não se concebe um modelo de comunicação que se afaste do interesse social concebido pelo nosso sistema constitucional. Segundo, porque a mídia não é instituição paraestatal ou uma superestrutura que se apresente para além do Estado, indene a qualquer regulamentação. E, por último, porque é fundamental democratizar o acesso à informação.

Como qualquer setor da sociedade, a mídia precisa ser regulamentada, porque ao lado da liberdade de expressão e de pensamento convive o princípio de inviolabilidade da honra e da imagem das pessoas e os imperativos da dignidade da pessoa humana e da família. A regulação, portanto, não significa censura ou atentado à liberdade de expressão, como eles maldosamente sugerem.

Concluo, dizendo que não posso deixar de traçar um paralelo com a situação vivida em Unaí. O atual governo municipal monopoliza os meios de comunicação. Rádios, TV e jornais são mantidos (essa é a palavra, que me perdoem) com os generosos recursos públicos, como aliás já denunciou o amigo Paulo Melo. Quem é que disse que não temos órgãos oficiais em Unaí?

Significa que tudo o que os unaienses leem, ouvem e assistem nada mais é que a versão oficial do Governo, cuidadosamente maquiada para manter o culto às personalidades do Prefeito e do Vice-Prefeito.

E não é que agora, ainda que de forma bastante incipiente, alguns blogs começam a ameaçar essa estrutura? Unaí para Todos (Geni), Opinião e Ponto de Vista (José Antonio), Unaimg (Paulo Melo) e este humilde Ex Abrupto são os “blogs sujos” do Prefeito de Unaí, porque criticam, opinam sobre os fatos que acontecem na cidade e prestam informação não oficial aos unaienses.

Isso significa a democratização da informação, já que os unaienses poderão conhecer a versão oficial e compará-la com a versão não oficial. Terão condições de analisar os fatos, livre e criticamente, e formar a sua própria opinião. Estamos saindo daquele período jurássico em que a opinião pública consiste na opinião que se publica (demonstrando a força da mídia). A opinião pública, doravante, poderá ser formada naturalmente, conhecendo os dois lados da moeda. Será pública, de verdade, e não publicada.

De minha parte, se for qualificado como blogueiro sujo, ficarei orgulhoso, embora o Ex Abrupto não exista para criticar o governo municipal, mas para propor a discussão de temas de interesse geral, com ênfase para os nossos problemas, é claro. As críticas serão feitas, quando pertinentes. E os elogios também, se forem merecidos.

Ah! Ia me esquecendo. O Presidente Lula, na entrevista de hoje, disse que, depois dos quatro meses de descanso que pretende tirar quando deixar o poder, será blogueiro e tuiteiro. Bem vindo ao time, Presidente!

24/11/2010 at 13:28 13 comentários

BOLÃO FISCAL E CONSCIÊNCIA TRIBUTÁRIA

Um leitor chamou minha atenção para o projeto de lei complementar que o Prefeito enviou à Câmara Municipal com alterações na legislação tributária relativa ao IPTU.

Deixando de lado as manobras eleitoreiras e irresponsáveis que a proposta contém, e que foram objeto de post anterior, chamou-me a atenção a instituição do Programa Nota Fiscal Unaiense, uma espécie de bolão fiscal, que assegura ao contribuinte desconto nos tributos municipais mediante a apresentação de documento fiscal de estabelecimento comercial.

O tal desconto será objeto de regulamentação, de tal maneira que a proposição de lei não traz os critérios para sua concessão, nem seus valores percentuais. Tudo ficará para o decreto regulamentar.

Registro que a medida tem seus méritos, já que poderá resultar em incremento da receita municipal, sobretudo do ISS e do ICMS, na faixa relativa ao Valor Adicional Fiscal (VAF).

Mas não posso deixar, como sempre, de olhar a medida sob um prisma crítico. A instituição de programas como esse é um atestado, uma prova pronta, acabada e insofismável de que ainda temos pouca consciência de nossos direitos e deveres tributários e que também são relacionados com a noção de cidadania.

Sim, porque o contribuinte será premiado por exercer um direito que a ordem jurídica lhe assegura, qual seja o de exigir documento fiscal pela prestação de serviços ou pela aquisição de bens e produtos. Esse direito não lhe é conferido por razões de natureza tributária, mas por valores relativos ao direito civil e às relações de consumo.

Por outro ângulo, a lei parte da premissa de que os empresários, que são por lei obrigados a emitir documento fiscal, não o fazem e, por esse motivo, incentiva-se o contribuinte a exigi-lo. A proposta, portanto, constata e confirma a prática de se descumprir uma obrigação tributária acessória. O sujeito passivo (no caso, o empresariado), contudo, não é penalizado, optando-se por premiar o consumidor que conseguir dos empresários o cumprimento de seu dever.

Sem desmerecer as vantagens do programa, que já acentuei, lamento que não tenhamos uma efetiva consciência como cidadãos, ao ponto de necessitarmos de estratégias como essa. Representa ela, penso eu, a negação da consciência tributária inerente ao exercício da cidadania, que é o conhecimento do papel social dos tributos, indispensáveis para que o Estado (no caso, o Município) exerça suas funções e viabilize o bem estar social.

23/11/2010 at 10:37 7 comentários

É HORA DE ATITUDE!

Desde que resolvi expor meus pontos de vista publicamente pela internet, já escrevi sobre muitas coisas. A maioria delas referente ao que acontece em Unaí. Já sugeri a criação de uma organização destinada a promover a transparência e o controle social da Administração, a criação de um clube do livro e até mesmo a mudança da legislação municipal visando garantir a ampla publicidade dos atos administrativos.

Não sei se as minhas palavras estão ecoando em algum lugar ou se estão sendo levadas pelo vento. Recebi poucos comentários sobre esses temas no blog, talvez porque ele não seja tão conhecido assim ou talvez porque esses assuntos não interessem às pessoas.

O certo é que me sinto um pouco impotente porque assisto a esses acontecimentos, escrevo sobre eles, critico e tudo fica do mesmo jeito. Por isso, não creio que o denuncismo resolva alguma coisa, embora seja fundamental para informar e criar uma consciência crítica.

No entanto, sinto que precisamos partir para a ação. Não é possível que aceitemos passivamente esse estado de coisas. Por outro lado, os partidos políticos – e eu sou membro de um dos maiores de Unaí – já não parecem as instâncias naturais de enfrentamento dessa situação, dado o interesse que lhes move.

De qualquer modo, vejo pessoas, vinculadas ou não a partidos políticos, verdadeiramente interessadas e preocupadas com esse estado de coisas, mas também inibidas por um ou outro motivo. Esses cidadãos certamente são homens de ação e, por isso, entendo que é chegada a hora de reuni-los para debater o que se passa à nossa volta.

Quem sabe não consigamos reunir um grupo suprapartidário que discuta essas questões, que proponha alguma alternativa, que mobilize a sociedade e as instituições públicas? De minha parte, estou pronto para participar de qualquer movimento desta natureza, humildemente, sem qualquer pretensão. Se alguém se interessar, deixo, além do contato pelo blog, o meu e-mail: pgasousa@gmail.com

22/11/2010 at 11:52 27 comentários

A FARRA DO IPTU (OUTRO JEITO DE COMPRAR VOTOS)

Já tinha comentado sobre o IPTU em post anterior. Mas não poderia deixar de dar um pitaco sobre a surpreendente guinada que deu o Prefeito Municipal nessa questão.

Antes, publicou decreto sabidamente ilegal aumentando o valor do imposto em até 1000%. Alegava falta de recursos e a necessidade de acertar as contas da Prefeitura.

Não se esqueçam que não havia dinheiro para reajustar o vencimento dos servidores, nem para pagar hora extra ou para a execução de serviços e obras essenciais.

Diante da grita geral e de ter queimado o seu filme, além de ter sido ameaçado por ação judicial aforada pelo Ministério Público, o Prefeito recuou e revogou o tal decreto.

Aí, alguém muito esperto e astuto (sim, meus amigos, existem pessoas espertas e astutas ao lado do Prefeito) teve a feliz ideia de inverter o jogo. Disse, em alto e bom som, que o Prefeito voltou atrás e demonstrou sensibilidade social. Ah, tá!

Essa pessoa (acho que não é preciso dizer quem é) sugeriu ao Prefeito um pacote fiscal natalino: isenção do IPTU para imóveis avaliados em até R$ 50.000,00; para pessoas acima de 60 anos; e para pessoas acometidas por doenças crônicas.

Consta que a isenção atingirá 70% dos contribuintes. Isso significa, na prática, que a Prefeitura está abrindo mão da cobrança do IPTU. Não precisa mais dele.

Uma verdadeira farra com dinheiro público. O objetivo: limpar a barra, angariar alguma simpatia e, de quebra, comprar por via oblíqua alguns votos (afinal de contas, daqui pouco mais de 18 meses começa a campanha eleitoral).

Para isso, que se danem as contas da Prefeitura. Às favas com a Lei de Responsabilidade Fiscal. E daí se isso for crime de responsabilidade? O que que tem se isso é demagogia? O que há de errado em ganhar alguns votinhos à custa da quebradeira da Prefeitura? Em política, assim como na guerra, vale tudo.

Fico pensando: para aumentar o imposto em até 1000% não foi preciso enviar nenhum projeto para a Câmara. Bastou uma simples canetada e um decreto fresquinho saiu do forno.

Para perdoá-lo e fazer uma média eleitoreira com grande parte da população, a Câmara foi chamada. Por que será? Dou um pirulito para quem adivinhar. O Oráculo da Prefeitura (que vocês sabem quem é), que aliás nem é tão maquiavélico assim, sentenciou: “Manda para a Câmara, Antério. Só a repercussão positiva disso vai fazer a gente recuperar o prejuízo que o aumento trouxe.”

E se os vereadores sérios da Câmara de Unaí (sim, meus amigos, não se espantem porque existem alguns vereadores sérios no Legislativo Unaiense) rejeitarem o projeto? Aí, o tal oráculo vai propagandear, no seu bom e surrado estilo: “O prefeito queria isentar, mas a oposição não deixou. A culpa é deles. Ficamos bem de qualquer jeito.”

Mas, e se algum cidadão mais consciente resolver atacar a lei porventura aprovada, provocando o Ministério Público ou propondo alguma ação judicial? Com a palavra o Houdini da Prefeitura: “Se isso acontecer, esse cidadão certamente é da oposição e aí nós vamos explorar politicamente. Eles estão perdidos.”

E assim caminha o atual governo, fingindo que governa o Município e fazendo troça da gente. E o tal oráculo ganha um pouco de gás, fazendo o que sempre soube fazer: comprando votos e apoios políticos com a manipulação e o uso deslavado e escancarado da máquina administrativa. Afinal de contas, os recursos públicos não são tão públicos assim para alguns que se encontram no Poder.

21/11/2010 at 8:59 5 comentários

RICO TAMBÉM SOFRE

Não deixem de ver esse vídeo do Marcelo Adnet. É muito engraçado. Tucanos não vão gostar, já adianto.


21/11/2010 at 7:56 Deixe um comentário

CLUBE DO LIVRO. O QUE ACHAM?

Há muito venho amadurecendo a ideia de formar em Unaí um clube do livro, dedicado a estimular a leitura de obras literárias e não literárias entre os seus filiados, além de estudar, apreciar e difundir a cultura.

Não se trata de um simples grupo de leitura, mas da efetiva criação de uma entidade privada, uma associação de natureza cultural, sem finalidade econômica e sem cunho religioso e partidário.

Dentre as atividades de um clube assim, ressalto a leitura de obras literárias e não literárias, como revistas e periódicos; o empréstimo de obras entre o seus membros; a realização de discussões e debates, como também a troca de experiência a respeito da leitura de obras; a contribuição para a difusão do gosto pela leitura em estabelecimentos públicos e privados, sobretudo em instituições de ensino; a organização de uma biblioteca com acervo acessível ao público; a organização de encontros e concursos literários, entre outras.

O que me move não é a ideia pura e simples de formar grupos de leitura, mas de auxiliar de algum modo para a formação de uma sociedade consciente por meio do acesso à informação que só a leitura oferece.

Considero de suma importância desenvolver em nosso meio uma “cultura de leitura”, de modo que possamos aprender e a formar opinião e tornar o ambiente social mais democrático e os cidadãos mais críticos com relação aos seus direitos e deveres.

Um clube de leitura pode ser também um ambiente altamente propício para a discussão de ideias que envolvam os problemas do nosso cotidiano, inclusive aqueles que dizem respeito à gestão da cidade, porque certamente existe farto material literário específico sobre temas de interesse coletivo.

Pode ainda constituir um rico instrumento para troca de experiências e aprendizado entre os associados e não associados, dependendo das atividades que forem desenvolvidas após a sua organização.

Uma entidade assim certamente irá incentivar a leitura e permitirá aos seus membros conhecer novos autores e livros, desempoeirar e desentocar livros que temos em casa e reunir pessoas com gosto pela literatura.

Se algum leitor se interessar pela ideia, vamos começar a difundi-la. Se agirmos de modo pragmático, poderemos organizar uma assembleia objetivando alinhavar os principais aspectos da organização de uma associação desta natureza.

De antemão, me coloco à disposição para tirar essa proposta do papel e transformá-la em realidade. Acredito que existam em Unaí muitas pessoas dispostas a participar de um grupo assim.

20/11/2010 at 22:17 7 comentários

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